terça-feira, 25 de novembro de 2008

Contar

Eu quis te contar dos medos que explodiam lá fora,
porque Deus sabe como o mundo é frágil
e fragilidade é coisa só de gente,
gente mínima, gente ínfima,
que vive dia após dia
contando os medos que explodem aqui dentro.

Eu quis te contar das flores e das árvores,
da grama molhada também
porque natureza é uma coisa que se perde
assim como alguns valores da gente,
e cedo ou tarde surge a falta
de ver e sorrir flor.

Eu quis te contar de nuvens,
suas cores e formatos e sonhos
mas nuvem é um negócio complicado,
muda toda hora, lá em cima, lá longe
e eu estaria muito ocupada
...observando.

Eu quis te contar da lágrima tímida,
quase que não escorrega no rosto,
porque cê sabe
fragilidade é coisa nossa,
coisa de gente que vê nuvem,
vê árvore,
vê gente,
vê demais

mas não conta.