Autonojo.
Incapacidade de continuar existindo num ser tão imundo,
mas mesmo que fosse capaz de mudar de corpo,
mudaria então a essência?
Não.
Autonojo.
Vergonha.
De machucar, de envergonhar, de estragar.
Ah, humilhação!
Como explicar o que não tem como se explicar?
Não tem como.
Vergonha.
Talvez dentro de todos os defeitos,
cada um que diz conhecer tão bem,
existe uma verdade muito maior e mais terrível.
Destruidora, maldosa, sem coração...
É feito porco.
Espirra, entrega a doença,
e continua chafurdando-se em poça de lama,
lama suja, lama preta,
lama da culpa.
Não obstante, esse texto
também é carregado de nojo.
Escrito de qualquer forma, assim
sem intenção de agradar
não existe como agradar
tamanha a vergonha.
Desculpa não funciona.
Perdão não funciona.
Pedir não funciona.
O que vai funcionar?
Será que ainda funciona?
Eis que chega a Lavagem,
e continua-se alimentando o porco
nojo não existe,
mas ainda assim
se existe sentimento no porco,
ah, vergonha, ah, autonojo.
quarta-feira, 14 de abril de 2010
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