sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Dois Amigos

Dois amigos.

Tipo unha e carne, mas não tão grudados assim, acho. Não que "estar junto" significa "ser unido", e não que isso faça muito sentido, mas desde quando a amizade tem lógica? Se conheceram e creio que hoje já não sabem explicar como isso aconteceu, porque amigo tem dessas coisas: a gente conhece e se esquece. Mas a gente lembra do primeiro telefonema, do primeiro abraço-amigo, das (muitas) semelhanças. A gente lembra também da primeira briga; aliás, a gente lembra de todas. A gente lembra de algumas coisas que discordou, lembra também de algumas que concordou, lembra daquelas que não significaram tanto. A gente lembra.

A gente lembra dos planos que cada um fez pro seu próprio futuro,
(...um dia serei astronauta!...)
(...um dia serei rico!...)
A gente lembra das besteiras que queríamos fazer,
(...me passa o telefone que eu ligo, mas se for você eu juro que desligo...)
A gente lembra até da primeira trapaça que fez de brincadeira,
(...a gente sai no 3!...)
A gente lembra de algumas músicas,
(...this little song is about second chances...)
A gente lembra das ajudas mais inesperadas,
(...meu mouse manda lembranças...)
A gente lembra das ajudas mais óbvias também,
(...se fosse eu, ficaria com todas as alternativas antes de me decidir...)
A gente lembra das mesmas manias,
(...peraí que eu tô cheio de gente aqui perto...)
A gente lembra dos conselhos profissionais - ou não,
(...o importante é continuar por você e pra você...)
A gente lembra das loucuras que fomos obrigados a ouvir,
(...que você não quer o melhor pra mim...)
A gente lembra dos conselhos amorosos,
(...se vocês se amam de verdade, conversa com ela!...)
A gente lembra dos apelidos carinhosos,
(...seu bicha!...)
A gente lembra das coisas das quais abrimos mão pra ver o outro bem,
(...deixa pra lá, é melhor assim...)

A gente lembra.

(só não garanto lembrar de todas as risadas, porque tem certas coisas que a gente não enumera, porque sei lá. Não precisa, né? Acabaria com a graça.)

A gente lembra de tantas, tantas coisas que não sabe diferenciar a saudade da insatisfação, a falta da nostalgia. A gente não sabe nem explicar o que é essa dorzinha aqui, no fundo, que pode até incomodar, mas que diz que as coisas um dia se ajeitarão (...encontrando a calma e a cura na própria dor...). E pra terminar com as lembranças, eu prefiro pegar emprestado um verso de uma música muito conhecida, mas que muita gente nunca prestou atenção: Qualquer dia, amigo, a gente vai se encontrar.

Literalmente falando!

2 comentários:

Thiago dos Reis disse...

que coisa linda. parabéns!

quando penso em algum amigo ou alguma amiga eu penso em outro verso de música:

'num dia desses, num desses encontros casuais, talvez eu diga: minha amiga, pra ser sincero, prazer em vê-la, até mais!'

acho que meus laços não são tão fortes quanto os seus. :]

parabéns pelo texto.

Lídia disse...

"o melhor jeito de começar uma amizade é com uma risada, e de terminar com ela também"

li essa frase um dia e me identifiquei, assim como me identifiquei com o teu texto.

porque começar uma amizade é indiscutivelmente MUITO BOM. mas temos que reconhecer que amigos vem e vão. e que alguns apenas fazem parte de uma fase da vida... aceitar essa circunstância com um sorriso é a melhor forma de lidar com ela.

adorei o post!!

beijos!!